Foto: Davi Alves / MDA |
Começou
na manhã desta terça-feira (13), em Brasília, o 1º Seminário de Assistência
Técnica e Extensão Rural (Ater) Indígena. O evento segue até o dia 15 de março
e é realizado pelo Ministério do Desenvolvimento agrário (MDA). Lideranças de
comunidades nativas, representantes de entidades associativas e do governo
federal participam do encontro.
Dentre
os objetivos, está a análise dos serviços de assistência para os índios, as
formas de aplicação e as diretrizes que serão adotadas nos próximos anos. A
ideia é contribuir para a Lei Nacional
de Ater, reforçando as especificidades culturais. Durante a abertura, os índios
presentes fizeram um ritual para atrair boas energias.
“Sabemos
dos desafios de articular temas com essa relevância e diversidade. O Brasil
deve muito aos povos indígenas. Por isso, é preciso debater sobre suas necessidades. Vale lembrar que a presidenta
Dilma Rousseff sempre reconheceu a prioridade do assunto”, explicou o
secretário de Desenvolvimento Territorial do MDA, Jerônimo Rodrigues. Ele
ressaltou a importância do Seminário. “Este é um espaço de troca de
experiências que pela primeira vez reúne etnias de todas as regiões do Brasil”.
O
encontro também visa ampliar a participação das comunidades indígenas no
processo de construção do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão
Rural da Agricultura Familiar (Pronater). Outro objetivo do ministério é fortalecer a Rede Temática de Ater junto
aos índios. O resumo das discussões será apresentando por meio do Documento
Base da I Conferência Nacional de Ater na Agricultura Familiar (1ª CNATER), que
ocorrerá em abril, também em Brasília.
Para
o representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) Ari
Pankará, o evento é uma realização que vem sendo idealizada desde 2007. “É
muito importante que as ideias sejam analisadas da base para a cima. Ou seja, é
uma oportunidade de dialogar da melhor forma com o governo, mostrando o que é
realmente necessário para nós. Creio que seja a união do conhecimento
tradicional com o acadêmico, para que possamos ter uma Ater cada vez mais
especifica e fortalecida para os povos
indígenas”, argumentou.
Iran
Chukuru, da etnia Chukuru, veio de Pernambuco com membros da sua comunidade
para acompanhar o seminário. Atualmente, a aldeia em que vivem produz mandioca,
hortaliças e algumas frutas, garantindo a segurança alimentar da comunidade.
“Queremos que a ATER seja um processo contínuo, auxiliando na produtividade e
ao mesmo tempo mantendo nossas tradições. Esta é nossa oportunidade de
conversar com o governo e mostrar os benefícios dos serviços de assistência
técnica específico para os povos indígenas,”, contou.
O 1º
Seminário Nacional de Ater Indígena tem parceria do Ministério do
Desenvolvimento Social (MDS), da Coordenação Geral de Promoção ao
Etnodesenvolvimento (CGETNO/Funai) e da Articulação dos Povos Indígenas do
Brasil (Apib). A programação inclui trabalhos em grupo, balanços e perspectivas
da Política nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) e
avaliação de projetos e propostas.
A Assistência
Técnica e Extensão Rural (Ater)
Os
serviços de Ater são destinados a quilombolas, assentados da reforma agrária,
ribeirinhos e agricultores familiares em geral. As equipes de trabalho que
atuam no campo são compostas por profissionais de diversas áreas, como
engenharia agrônoma e sociologia. Para os indígenas, o MDA vem beneficiando as
comunidades desde 2004.
“A
gama de responsabilidades da Ater é ampla, priorizando os processos
sustentáveis. Por isso, trazemos a assistência técnica junto com a extensão
rural. Os técnicos que lidam com os índios precisam saber quais as
peculiaridades de cada local e o Seminário nos ajudará a compreender melhor
como lidar com elas, potencializando os
serviços”, conluiu a analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário do MDA,
Silvia Ferrari.
Serviço:
1º
Seminário Nacional de Ater Indígena
Data:
13 a 15 de março de 2012
Local:
Centro de Convenções Israel Pinheiro, Brasília/DF
Horário:
de 8h30 às 18h
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