Debate e lançamento do livro A Presença
Indígena no Nordeste: processos de territorialização, modos de reconhecimento e
regimes de memória. João Pacheco de Oliveira
(organizador). Rio de Janeiro, Contra Capa, 2011, 714 pgs.
Debatedores:
João Pacheco de Oliveira, Edmundo Pereira, Carlos Guilherme Valle, Fátima
Lopes e Lígio Maia.
Neste
livro, o uso do termo “Nordeste” se refere não a uma noção de região no sentido
geográfico, e sim a uma unidade virtual do ponto de vista da ação política dos
indígenas. Embora as articulações mais comuns ocorram no âmbito de seus estados
e envolvam políticas assistenciais (educação, saúde etc.), há importantes
demandas e negociações que, de fato, se dão em Brasília e com organismos
federais, passando pelo apoio e o assessoramento da organização indígena
regional (apoinme). Além disso, esse uso decorre de outra razão, de natureza
histórica: os povos indígenas aqui considerados foram aqueles que sofreram o
primeiro impacto da colonização, de início na faixa atlântica (século XVI) e
logo a seguir nos sertões interiores (XVII e XVIII). Contrapunham-se ao açúcar
e às tropas de gado, dois sistemas econômicos que geraram a apropriação dos
territórios até então ocupados por esses povos e a sua submissão a novas
relações de trabalho, razão pela qual seus modos futuros de organização, suas
tradições específicas e sua forma de se autorrepresentarem não poderiam deixar
de ser afetados.
João Pacheco de
Oliveira
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