Mostrando postagens com marcador Almofala. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Almofala. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 27 de agosto de 2013

X Marcha do Povo Tremembé

Imagem: Comissão Organizadora

O Povo Tremembé do Aldeamento de Almofala tem a honra de convidar aos parceiros e amigos que apoiam o Movimento Indígena para participar da X MARCHA DE RESISTÊNCIA E AUTONOMIA DO POVO TREMEMBÉ EM PROTESTO A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E IMPLANTAÇÃO DE PARQUES EÓLICOS NO ALDEAMENTO DE ALMOFALA, que acontecerá no dia 07 de Setembro de 2013, na Escola Maria Venância, Praia de Almofala, Itarema - CE.



Programação da Marcha do dia 07 de setembro

Horário
                                                Atividades
08:00
Chegada das comunidades e parceiros.
09:00
Início das brincadeiras: Corrida de Pedestres (01 menino e 01 menina de cada escola que tenham até 1m; 1.30m e 1.60m), Cabo de Guerra (06 meninos e 06 meninas de cada escola que tenha até 1.70m), Pote (01 menino de cada escola), Pular de Corda (03 meninas de cada escola que tenha de 08 à 12 anos), Arremesso de Lança (01 menino e 01 menina de cada escola).
12:00
Almoço dos participantes (OBS: Cada participante se responsabilizará pela sua alimentação.)
13:00
Desfile de 03 representantes por escola: uma criança (entre 05 e 10 anos) um  adolescente (entre 11 e 18 anos) e uma liderança das mais velhas.
16:00
Saída da Escola Maria Venância em direção ao centro de Almofala. Durante o percurso da X Marcha acontecerá dois momentos de concentração: um no Cemitério (momento sagrado em memória dos nossos antepassados) e o outro em frente à igreja de Almofala (leitura das faixas em protesto a Degradação ambiental e a implantação de parques eólicos no Aldeamento de Almofala).
19:30
Batizado Indígena, Banda de Música de Itarema, Cordão Caroá, Dança do São Gonçalo dos Anacé, Brincadeiras com um Palhaço de rua e o Torém.


Comissão organizadora: Professores da Escola Maria Venância.
Contatos: (88)3667 2111 ou 3667 2059
E-mail: tuliotremembe@gmail.com; cleidianetremembe@gmail.com

domingo, 11 de agosto de 2013

V Assembleia do Povo Tremembé

Torém nas dunas do Mundaú
Foto: Ronaldo Santiago
O Povo Tremembé dos três municípios (Acaraú, Itarema e Itapipoca) esteve reunido para a V Assembleia do Povo Tremembé, espaço máximo de discussão e deliberação das demandas da etnia. O evento ocorreu entre os dias 29 e 31 de julho na aldeia São José, Terra Indígena Barra do Mundaú, em Itapipoca.
Nos três dias do evento, pautas como saúde indígena, educação e situação fundiária dos Tremembé dominaram as discussões nas mesas. As lideranças discutem os temas, apresentando a realidade operacional das políticas indigenistas nas aldeias e a partir das discussões elaboram propostas e encaminhamentos aos órgãos públicos.
Além das três pautas, os Tremembé também debateram sobre os desafios de manter as tradições, rituais e conhecimentos indígenas através das novas gerações, principalmente diante das transformações culturais e tecnológicas que adentram às aldeias. Um fato a se destacar é a presença majoritária de jovens no evento, muitos deles professores das escolas indígenas.
As lideranças Tremembé também discutiram sobre a situação da CTL de Itarema. Diante da precariedade e falta de estrutura para funcionar a contento, foi elaborado um documento a ser enviado para a coordenação regional solicitando recursos e pessoal técnico para que a CTL possa atender efetivamente às comunidades Tremembé dos três municípios.
Entre os participantes externos, o evento contou com representantes da 3ª CREDE (Acaraú), SESAI, Prefeitura de Itapipoca, Missão Tremembé, além de pesquisadores e parceiros dos Tremembé.
Um dos momentos mais marcantes aconteceu na terça-feira, ao cair da tarde, quando os participantes da assembléia, capitaneados pelo cacique e o pajé, subiram as dunas e fizeram um grande torém que contou com a presença de mais de cem pessoas.
Ao final do evento foi elaborado um relatório final discorrendo sobre as pautas discutidas e os encaminhamentos que serão tomados pelas lideranças indígenas. Publicaremos no blog assim que o documento for concluído.
Ficou decidido que a próxima Assembléia Tremembé será realizada no Córrego João Pereira, na aldeia São José.
O evento finalizou com a noite cultural, onde as crianças das comunidades de São José, Buriti, e Córrego João Pereira apresentaram danças e versos de cordel. Além da apresentação juvenil, o torém e a dança do caçador fecharam a programação da noite.

Assembleia realizada no acampamento construído após retomada
Foto: Ronaldo Santiago

Erbene, liderança local, dando boas vindas aos participantes da Assembleia
Foto: Ronaldo Santiago

Foto: Ronaldo Santiago
Foto: Ronaldo Santiago

Torém, 30/07/2013
Foto: Ronaldo Santiago
Torém, 30/07/2013
Foto: Ronaldo Santiago
Torém, 30/07/2013
Foto: Ronaldo Santiago
Zé Canã e Erbene (São José/Itapipoca)
Foto: Ronaldo Santiago
Cacique João Venâncio, Florêncio e Chico Izídio
Foto: Everthon Damasceno

Vice-Prefeito de Itapipoca
Foto: Everthon Damasceno

Lideranças Tremembé, liderança quilombola e vice-prefeito de Itapipoca
Foto: Everthon Damasceno
 
Torém infantil
Foto: Everthon Damasceno

Noite do dia 31, accampamento
Foto: Everthon Damasceno

Dança do Caçador
Foto: Everthon Damasceno

quinta-feira, 7 de março de 2013

Tremembé: UFC forma primeira turma indígena do NE

Ao todo, 36 índios do curso Magistério Indígena Tremembé Superior colaram grau ontem



"A sociedade diz que índio não existe, mas nós existimos, sim, e somos capazes de nos organizar". Afirmou o cacique Tremembé João Venâncio, durante a colação de grau da primeira turma de licenciatura intercultural do Nordeste, composta por 36 índios da tribo Tremembé.
No fim da cerimônia, os índios apresentaram ao público das diversas áreas de conhecimento a dança típica Torém. O curso deles era de 4.000 horas-aula e foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) em 2008.
Foto: Alex Costa / DN
O momento foi significativo tanto para esfera local quanto para regional e nacional, pois, de acordo com o coordenador do curso de Magistério Indígena Tremembé Superior, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Babi Fonteles, representa a inclusão social dos povos indígenas.
"Contemplamos dentro do currículo acadêmico deles os saberes Tremembé, e a outra parte com os saberes da profissão docente. E assim, por meio da educação diferenciada, esse povo terá outras vias, no caso a educação, para preparar as novas gerações para a luta de autoafirmação étnica e territorial", declarou o coordenador.
O caráter inovador é demonstrado nas atividades acadêmicas realizadas, integralmente, no ambiente da aldeia, em etapas mensais, itinerantes, que se revezavam entre as comunidades Tremembé.

Participação
Dessa forma, lideranças, pais, mães, jovens e crianças indígenas puderam participar ativamente de muitos momentos significativos do curso, tendo livre acesso às aulas ministradas.
Com uma carga horária 4.000 horas-aula, o curso foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) em 2008. Idealizado pelos próprios índios em 2006, o curso conjuga os saberes próprios da tradição Tremembé com os conhecimentos teóricos e metodológicos característicos da formação para o exercício da docência. Os graduandos ficam, assim, aptos para o exercício do magistério nas escolas diferenciadas de sua etnia.
Entre os docentes que ministraram aulas, vindos de diversos lugares do país, destacam-se o Cacique João Venâncio e o Pajé Luís Caboco, ambos da etnia Tremembé.
Os 36 professores formados ontem, já exerciam há tempos o magistério nas escolas indígenas da etnia, mas agora possuem o diploma de nível superior, formados pela primeira turma do Curso de Magistério Indígena Tremembé Superior (MITS).

THAYS LAVOR
REPÓRTER

Publicado no Diário do Nordeste 

Edição do conteúdo: Ronaldo Santiago

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Bom Dia Ceará: índios Tremembé colam grau na próxima semana



O link abaixo dá acesso a matéria de hoje (26/02/2013) do jornal Bom Dia Ceará, da TV Verdes Mares, que anuncia a colação de grau da primeira turma do Magistério Superior dos Tremembé de Almofala.

Veja a matéria clicando AQUI


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Índios Tremembé serão diplomados no ensino superior pela UFC



É muito mais do que a graduação em um curso superior: um capítulo na história da reafirmação indígena no Ceará. Ato pioneiro no Nordeste, 36 professores índios concluem, pela Universidade Federal do Ceará (UFC), o Curso de Magistério Indígena Tremembé Superior (Mits), criado por iniciativa dos próprios índios Tremembé do distrito de Almofala, em Itarema, Zona Norte do Estado. Após seis anos de uma longa jornada de estudos e etapas para o reconhecimento no Conselho Nacional de Educação, a licenciatura intercultural abre novo passo no conceito de educação superior.

A ideia foi dos Tremembé
As lideranças da aldeia entendiam que por meio da educação que os valores culturais e sociais seriam transmitidos, ou melhor, mantidos pelas outras gerações. Mas o professor orientado nos bancos da pedagogia tradicional - com algumas exceções, carregada de vícios coloniais - não trazia as ferramentas necessárias para a manutenção dos saberes e fazeres. Foi aí que os índios de Almofala, com apoio de pesquisadores das próprias universidades, deram início a formação docente, embora já fossem professores nas escolas diferenciadas. E uma história muito interessante, foi o único curso no País criado dentro de uma aldeia indígena, comemora o professor doutor Babi Fonteles, pesquisador e coordenador acadêmico do curso que acompanha há muitos anos a luta dos povos indígenas pelo reconhecimento.

Mas o curso tem uma coordenação ampliada, contemplando representação indígena. Aliás, o corpo docente é formado, além de doutores da academia, por reconhecidas lideranças sociais e espirituais indígenas.

O cacique João Venâncio e o pajé Zé Caboclo, por exemplo, lecionam a disciplina "Saberes Tremembé do mar, do céu e da terra". São profundos conhecedores, por vivência, das ciências da natureza, além de grandes referências dentro da aldeia. O mestre Zé Biinha da disciplina de Artesanato Indígena, Agostinho Tucum trata da História Tremembé. Outros professores são pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, da estadual (Uece) e da Universidade Vale do Acaraú (Uva). As aulas tiveram início em 2006, e no ano de 2008, vencendo 12 de 49 etapas, o curso tem recurso para custeio disponibilizado pelo Programa de Apoio a Licenciatura Indígena, do MEC. O magistério Tremembé havia entrado no edital, concorrendo com outros do Pais, sendo aprovado em terceiro lugar. Em seguida, o outro passo foi a formalização do curso no Programa de Graduação da UFC, garantindo, assim, a colação de grau de 36 formandos no mês de marco.

Mercado
Para onde irão os 36 graduados? Para onde nunca quiseram sair. Isso porque a proposta desse magistério não é absorção em mercados, mas garantia de mais conhecimento (o que, teoricamente, deveria ser o primordial de qualquer curso superior) na transmissão do saber nos aldeamentos indígenas. Formar lideranças no âmbito da escola para fortalecer o movimento indígena. "A primeira coisa a se entender é que em educação diferenciada indígena não se fala em mercado. Uma das razões e o critério para a seleção dos candidatos: o primeiro é ser índio Tremembé, o segundo já atuar em uma das seis escolas das localidades indígenas, e o terceiro critério é ter o nome aprovado pelo conjunto da comunidade. Como se vê, é um vestibular mais difícil que o Enem", compara Fonteles.

A colação de grau se dará na Concha Acústica da UFC, em Fortaleza, no dia 6 de marco. Os 36 índios professores receberão o diploma 40 anos após uma apresentação cultural de seus ancestrais naquele mesmo espaço, quando menos se sabia de onde estavam e quem eram os índios do Ceará.

Informações: Melquíades Júnior

Fonte: Diário do Nordeste 
Também publicado no Blog Sobral Online